15 de janeiro de 2010

AVATAR

Um verdadeiro espetáculo de tecnologia,
criatividade, ficção e efeitos que nos
deixam encantados, especialmente se
vistos em 3D. Avatar chega às telas estourando
bilheterias, atraindo crianças e
adultos, com enredo bastante atrativo,
pois se trata de salvar um planeta (Pandora)
com seus habitantes nativos sem recursos
de defesa, donde se insurje o “salvador”
Avatar. Do ponto de vista cinematográfico,
uma obra-prima. Seu enredo é
emocionante, tanto pelo fato de se salvar
aquele “planeta” e seus habitantes quanto
pela aproximação amorosa e apaixonante
do soldado feito Avatar com uma nativa
de Pandora.
Fui assistir a Avatar, especialmente
pelo título que me chamou atenção. Pois,
como observador dos novos movimentos
religiosos livres, particularmente do fenômeno
new-age, logo percebi pelo título
que em seu conteúdo poderia ter mensagens
de nova era, como de fato tem.
Apenas para recordar que no grande
guarda-chuva doutrinal new-age, entre
tantos temas, estão presentes: a ufologia,
seres extraterrestres, energia cósmica
que perpassa a humanidade, o panteísmo
(Deus é tudo e tudo é deus). “Somos deuses”
gritavam grandes lideres da nova era
em grande congresso, os bruxos, a astrologia,
a terra como a grande mãe e deusa
e finalmente o Avatar como o Salvador da
humanidade que, segundo seus mentores,
já esteve na terra em forma de grandes
personagens como Buda, Jesus Cristo,
Krishna, entre outros grandes líderes,
e que poderá voltar em forma de homem,
mulher e até de formas desconhecidas. A
vida seria um único principio.
Avatar quer dizer ‘materialização de
um deus em forma humana ou animal’,
encarnação de um deus vivo na terra.
Em Avatar, três momentos me chamaram
atenção: a ‘viagem’ inter-corporal-astral
do soldado para seu Avatar e a posse
definitiva para este outro corpo, as viagens
astrais --temas que a nova era absorveu
de culturas pagãs antigas e incorporou
em sua proposta doutrinal. A comunicação
de fato entre o Avatar e as plantas
detentoras de inteligência, segue bem na
linha nova era que entende sermos um só
ser, uma só energia vital. Finalmente, a
dança frenética dos nativos em volta da
‘grande mãe’, a grande árvore sagrada
que tudo sabe e que atende aos pedidos
realizados pelos seus “filhos” em forma
de adoração. Exagero de minha parte?
Tenho certeza que não, sou bastante sensato
em se tratando de fé. Alguns até me
chamam de cético, mas o próprio papa
João Paulo 2º (entre tantos outros líderes
católicos e evangélicos, autoridades civis
que se preocupam com estas novas doutrinas
vindas ate nós, muitas vezes de forma
subliminar) alertava do perigo destas
novas doutrinas new-age serem infiltradas
em nossas catequeses.
Sem nos darmos conta, podemos ir assumindo
em nossas mentes pensamentos
e doutrinas do paganismo antigo trazidas
a nós com nova roupagem. E aí está justamente
o perigo, porque podemos sem notar,
impressionados pelos efeitos especiais,
absorve-las. Poderia alguém dizer
que seria melhor nem tocar no assunto
porque iríamos dar crédito ao que não
compensa; em determinados casos sim,
neste não, prefiro alertar porque envolve
milhões de pessoas que podem, repito,
subliminarmente serem atingidas por
doutrinas que ferem diretamente a fé
cristã. Ficam aqui estas considerações
sobre um fenômeno silencioso, mas que
pouco a pouco pode solapar nossa sociedade,
afetando estruturas familiares culturais
e nossa fé cristã.

Artigo publicado pelo Jorna Valeparaibano 15/01/10